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glimpses








a primeira coisa que te vi no banco do jardim o anel ainda antes de corrermos desvairados pela praia aos gritos ainda antes de cairmos a cara na areia húmida na noite ou

das noites todas ali antes de repente em cima de nós quase náufragos a alma em farrapos ao vento de tantas ilhas estavam todas as

ilhas da noite ali onde

na praça da república o banco era inverno os cabelos empastados em sal era um inverno às vezes gélido e sempre tanto o frio o quarto eras tu quando chegávamos

sempre as mãos contrictas dos caminhos de tão longe dizias monchique eu dizia serra nada dizias danças e eu a leveza absurda das mãos e depois talvez me sumisse no teu colo lateral ali assim quase

dizias casas amarelo nadar azul livros auster a saltar-nos pelos olhos e disseste que aí nos salvávamos à última da hora

dizias estás sempre a dizer-me




foto, Staden S

2 comentários:

Maria Laura disse...

Belíssima escrita. Obrigada pela visita que me deu a oportunidade de a conhecer. Voltarei.

Anónimo disse...

sou capaz de te amar depois de ler isto. só isto.

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