a tarde inclinou-se toda a tarde para o mar.
se o não vira morria de falta de ar.
ouve:
como quando me puxavas pela mão ou pelo nome e eu ia sem precisares de forçar muito.
é difícil encontrar um bom vinho sem o abrir.
como um excelente instrumento musical sem o fazer soar.
estranho ter encontrado quem gostasse de jazzar comigo.
sei o quanto é dificil tocar o mesmo tema de modo sempre diferente.
quando afirmo que é uma questão de morte riem-se.
olho em volta e vejo deserto e receio sofrer ali sem ti e escolho uma das relativas direcções.
preciso unicamente de saber a tonalidade em que está escrita a melodia.
não é virtude.
é pânico:
depois fecho os olhos e procuro perceber a tua voz, de onde me chamas ou poderás surgir.
na estrada marginal à praia há uma garrafeira onde encontrei o vinho que saboreio agora.
o teu lábio ferido do longo ensaio de saxofone sabe a cacau e na garganta há o rasto a frutos vermelhos
7 comentários:
como em neruda:
onde as tardes se inclinam
nos penhascos
e têm
asas
A necessidade de saber a tonalidade em que se toca a vida. A partir daí, improvisamos.
Jazz numa estrada marginal soa-me bem...
E não é virtude.
é poesia.
Gostei muito.
inclinam-se e têm-nos como os frutos devorados nos lábios frescos da melodia destas palavras
Gostei deste jazzar ao sabor do vinho...
Gostei deste jazzar ao sabor do vinho...
O q mais pode alguem desejar depois de uma declaracao como essa?
Mesmo a morte seria doce.
A vida é cheia de coicidencias, afinal, enquanto lia este post, ouvia Misty com S. Getz e C. Baker.
Casamento perfeito.
É isso ai.
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