se estivesses por aí como um dueto em concerto. imagino que não sejas. imagino que estás. consegui os filhos. dormem atrasados. porque escrevo tanto porque falo tanto. é-me mais fácil a limpidez de uma melodia. cheirei-lhes a pele ao deitar. dormem atrasados. a ideia de comer alguém de quem se gosta. de o incorporar em nós. a filha disse vou engolir os teus olhos, papá, a filha disse. a culpa de os trazer no nosso destino. porque escrevo tanto porque tanto falo. em mim o destino é torto. o saxofone é torto. fecho os olhos comidos pela minha filha e ouço-lhes o sopro em trio. como é bonito. a melodia curta e saltitante. a melodia fresca e ingénua. a melodia sorridente e gozona. é impossível não sentir medo da morte. estás por aí? ouve: é impossível não sentir medo da morte enquanto brincam com o saxofone que pousei no sofá. e morrer tanto enquanto observo os seus sonos. estás por aí? ouve: dou a luz que for na escuridão que lhes surgir, dou o som que puder no silêncio que os assustar. mas rebento tanto. durmo tão atrasado nas suas vidas. vou tão adiantado em lhes desaparecer. e não sei o que há no meio (já chegaste?
[ de ROSASIVENTOS a 23.12.07
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ROSASIVENTOS
2 comentários:
era natal
ou havia um natal a chegar
e as pessoas diziam todas: bom natal! bom natal!
por isso inclinei-me um pouco sobre este assunto
de criança e estrelas!! :)
e
ouvi
the belly of the night
enquanto
lhes observo
o frágil sono
assim chegada
.
:)
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