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se estivesses por aí como um dueto em concerto. imagino que não sejas. imagino que estás. consegui os filhos. dormem atrasados. porque escrevo tanto porque falo tanto. é-me mais fácil a limpidez de uma melodia. cheirei-lhes a pele ao deitar. dormem atrasados. a ideia de comer alguém de quem se gosta. de o incorporar em nós. a filha disse vou engolir os teus olhos, papá, a filha disse. a culpa de os trazer no nosso destino. porque escrevo tanto porque tanto falo. em mim o destino é torto. o saxofone é torto. fecho os olhos comidos pela minha filha e ouço-lhes o sopro em trio. como é bonito. a melodia curta e saltitante. a melodia fresca e ingénua. a melodia sorridente e gozona. é impossível não sentir medo da morte. estás por aí? ouve: é impossível não sentir medo da morte enquanto brincam com o saxofone que pousei no sofá. e morrer tanto enquanto observo os seus sonos. estás por aí? ouve: dou a luz que for na escuridão que lhes surgir, dou o som que puder no silêncio que os assustar. mas rebento tanto. durmo tão atrasado nas suas vidas. vou tão adiantado em lhes desaparecer. e não sei o que há no meio (já chegaste?

2 comentários:

~pi disse...

era natal


ou havia um natal a chegar





e as pessoas diziam todas: bom natal! bom natal!


por isso inclinei-me um pouco sobre este assunto


de criança e estrelas!! :)

un dress disse...

e


ouvi

the belly of the night


enquanto

lhes observo


o frágil sono

assim chegada



.



:)

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