Site Meter

Às quatro e meia em ponto tenho um aluno, às quatro e quinze repego no saxofone, farei o aquecimento, que pautas lhe proporei.
Anotei mais do que uma vez: um grande amor e seria sapateiro.
Um grande amor e seria merceeiro ou bancário.
A janela aberta para a noite, o seu corpo deitado em lençóis adormecidos, a vontade de tocar.
Silenciosa.
A vida continua a acontecer connosco dentro.
Continua-se a surgir com vida no interior.
O instinto de sobrevivência faz quase tudo.
As cartas ligam aos astros e estes a uma das faces.
A poesia é uma das faces.
A música.
Fazer de um desses modos o modo único é a morte.
Às quatro e meia em ponto tenho um aluno, às quatro e quinze repego no saxofone, farei o aquecimento, que pautas lhe proporei.
Mas, repito, um grande amor e seria sapateiro.
Silencioso.
Muito silencioso.
Pela palavra surge a rima, a ondulação, a hesitação, o calor ao ouvido e a erecção inesperada, a convicção assertiva, a multidão, o silêncio barulhento, o silêncio absolutíssimo.
A morte continua a acontecer connosco dentro.
Continua-se a surgir com morte no coração.
O instinto de sobrevivência faz quase tudo, tem andado comigo, tenho andado com ele por aí, por vezes muito ao longe.
Gostaria que tudo terminasse atrás de um balcão.
Beijo.

Arquivo do blogue



ROSASIVENTOS
DMCA.com