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já alguma vez foste imortal como uma dança de momento ou uma melodia surpreendente
juro que esta tarde te levaria para longe
levar-te para longe
para onde se possa despertar sem pressa para perguntar


amor?


já morreste quantas vezes?


para a terra
para onde se pudesse adormecer sem o medo de que não regressasses


ou partisses


é que há tanta distracção para além da ferida
para longe onde as aves não nos abandonam ao eco
ao estampido


pegava em ti e levava-te para a terra


promete-me como um tiro exacto
onde é a casa


11 comentários:

L.Reis disse...

Nenhum longe é suficiente
Nenhum aconchego é refúgio

Juras?

Joana Roque Lino disse...

eu regressava de novo para ler este belíssimo poema. não sei quantas vezes já morri, mas antes da próxima vez, ler-te-ei mais e mais e mais, como um tiro exacto. muito belo. um beijo.

Stella Nijinsky disse...

Oi R&V

Amor mais que maior deitares-te assim nas mãos de alguém.

Eu sei que nunca morri, mas já me mataram muitas vezes e eu, eu também já matei.
Falando literariamente, pois eu também vou noutro sentido.

Obrigada, fizeste-me sentir a lonjura do desapego a tudo, menos à ideia de amor, quer consubstanciada, quer etérea.

Stella

Maria Laura disse...

Morremos tantas vezes! Haverá sítio assim onde nos sintamos imortais nos sentimentos?
Tu tocas fundo nas fragilidades de todos nós.

Andreia disse...

Acho que somos felizes na exacta proporção das vezes que morremos...

:) ***

Dalaila disse...

morremos e acordamos sempre.

Ad astra disse...

morro e ressuscito...sempre a cada dia...é a minha auto renovação

gostei mesmo

patricia disse...

a casa é nómada
a terra é sempre a mesma.

Gostei de ler.
**

isabel disse...

a casa é lá, onde levas o tiro exacto, onde tornas terra a sua ausncia, ondes as promessas fazem eco, e batem-te como martelos

luci disse...

que adianta dizer-te?

Isabel disse...

Morri duas vezes.

Não adormeci nunca.

Não sosseguei nunca.

Já tive doces e amargos despertares.

Já tive medo

Tenho medo agora

Assusta-me mais que tudo o medo de ter medo

gostava de adormecer uma vez

sem medo

sem peso

adormeçer de descanso

quando desse subitamente por mim cansada de brincar às vidas

Adormecer simplesmente numa cama feita de penas e voar para casa no dorso de uma ave

até brincar com as borboletas

distrair-me

e ir morrendo

as vezes que forem precisas

até por fim adormecer

se pudesse ser...

Era bom!

Isabel

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