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vejo com pasmo
[ e confirmo com
previsto agrado

que baste

[ que em nada baste
que as palavras se destapem
dos seus corações em cio
e mergulhem facilissimamente
no domínio comum das bocas
seta recta a perfurar códigos de espaço

[ assim inaugurais
infladas de corpos
insignificantes

insignificados


refirmo a confirmação de como
em quase tudo
[ em todo o quase
da sua génese à quase possível verdade
nos enganam tanto a trocar de olhar

mas sobretudo

como por vontade nossa nos queremos enganar

[ e estendemos a ondulação do pescoço preliminar
assim
tão perto a ler

as órbitas multilinguais

dos signos que julgamos

amestrados







[ fot sweet serenity of books linda veit

Às quatro e meia em ponto tenho um aluno, às quatro e quinze repego no saxofone, farei o aquecimento, que pautas lhe proporei.
Anotei mais do que uma vez: um grande amor e seria sapateiro.
Um grande amor e seria merceeiro ou bancário.
A janela aberta para a noite, o seu corpo deitado em lençóis adormecidos, a vontade de tocar.
Silenciosa.
A vida continua a acontecer connosco dentro.
Continua-se a surgir com vida no interior.
O instinto de sobrevivência faz quase tudo.
As cartas ligam aos astros e estes a uma das faces.
A poesia é uma das faces.
A música.
Fazer de um desses modos o modo único é a morte.
Às quatro e meia em ponto tenho um aluno, às quatro e quinze repego no saxofone, farei o aquecimento, que pautas lhe proporei.
Mas, repito, um grande amor e seria sapateiro.
Silencioso.
Muito silencioso.
Pela palavra surge a rima, a ondulação, a hesitação, o calor ao ouvido e a erecção inesperada, a convicção assertiva, a multidão, o silêncio barulhento, o silêncio absolutíssimo.
A morte continua a acontecer connosco dentro.
Continua-se a surgir com morte no coração.
O instinto de sobrevivência faz quase tudo, tem andado comigo, tenho andado com ele por aí, por vezes muito ao longe.
Gostaria que tudo terminasse atrás de um balcão.
Beijo.



.
















este cachecol de silêncio que há dias que já não cabe em nenhum lugar


continuo a tricotar esta luz que aqui me arrasta - aqui sentada


( coisa tão rara - onde já se viu uma cabra converter-se a tricotar!?


diz-me - diz-me que me embrulhe e me vá

( diz-me tu que sabes tudo e vês que sozinha não chego lá


diz-me da planta destes dias onde perco a credibilidade de respirar


- são muitos dias em que o cachecol e todos os casacos já não cabem no corpo desta casa


- fala-me, por uma vez, por muito que te custe e mesmo que já não te saiba a nada,


mesmo que pra ti seja eu toda um apêndice extra-horário,


dá-me tu essa voz, mesmo que esfarrapada, é quase inverno afinal,


dá-me essa língua mais audível, traz-me coisas simples - lavar, chuvar, aguar


e diz então que se for de ir me vá - enrola-me na cintura e onde vás,

despenha-me do ar,


leva-me à boca de tudo à boca de nada,

equivoca-me o erro, aperta-me a mão,

rouba-me na fonte - à lã substantiva comum das palavras -








.











lu-g-ares



onde teu nome est-en-de

man-ta


( flor-d`água c-anta






[ fot
3 canais
e
pé-d-água-flor







( fonte de aldeia
pedra colo
supra
ter r a a
noi te cer
( sou rã sou charco
met a de







nascer






)( amar não é acto de
vontade
)que só sou
ser
declínio de estação(
actus in fa c tus
ac
on t ecer






[ fot in clin ações
.

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